Essa não toca no rádio

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

No princípio (ou nos meios) era o verbo...
Eu nomeio...
tu (não) nomeias?
Ele nomeia!
Nós (não) nomeamos.
Vós (não) nomeais?
Eles nomeiam!
Adeilton Lima
Ator, Poeta e Dramaturgo

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

ESPAÇO OPINIÃO - DESABAFO DE MAGNO MELLO

Será que o problema sou eu?
Juro que há momentos em que gostaria de acreditar que não tenho mesmo talento para a coisa, o que me faria abandonar de vez meu ofício, do qual sequer consigo sobreviver dignamente. Isso após 11 anos de trabalho duro, de rotina pesada de estudo e produção incessante, que nada ficam a dever às 12 ou 14 horas de labuta diária de qualquer executivo workaholic das gigantes multinacionais. Mas não sou executivo, quiçá um médico ou advogado, sou "apenas" um compositor. E vou tentar explicar, para que não sabe – e sei que a maioria não sabe – o que é ser um compositor no Brasil. Não um compositor renomado como o Sr Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que pode se dar ao luxo de abrir mão de seus direitos autorais em favor das novas tecnologias e ainda lutar para que esse mesmo "altruísmo", ou sei lá como pode se chamar isso (otarismo?), se estenda a todos os outros compositores do país. Nem estou à altura, em termos de reconhecimento, do Sr Fernando Brant, que com sua posição na história da música brasileira e com seus postos de articulista e presidente de associação de compositores (UBC) consegue ter voz pública para rebater com palavras, ainda que não com ações, esse ultraje da questão autoral x internet x pirataria x corrupção x falta de vergonha na cara.
Sou um compositor que atua na nova cena da música independente brasileira. Ou seja: não faço axé, nem pagode, nem sertanejo, nem pop rock juvenil e não fico atrás de compor hits, mas música, que muita gente diz ser de qualidade; mas já nem sei direito o que é música de qualidade num mundo onde a maior qualidade se tornou ganhar dinheiro, só e mais nada. Além do que há tanta oferta e tão fácil acesso que, para os desavisados, digo, quase todo mundo, virou tudo farinha do mesmo saco.Se parasse por aí poderiam rebater-me com o simples argumento de que, no mínimo, não há lugar para todos no mundo e nunca houve. E mais, que estou querendo considerar-me superior a fazedores de axé, pagode, sertanejo, pop rock juvenil e hits da temporada. E que a voz do povo é a voz de Deus. E que, no fundo, sou apenas mais um despeitado por eles fazerem sucesso e eu não. E se minha música fosse boa mesmo eu já teria sido reconhecido.Mas, peraí! Não tenho a visão midiática do "sucesso" e nem quero ter, há muito tempo que já passei dessa fase. Quero apenas, juro, SOBREVIVER! Sobreviver com dignidade. Não quero fama, quero apenas cuidar das pessoas que amo. Mas se minha música não gera dinheiro estou querendo culpar quem? Aí é que está o problema: MINHA MÚSICA GERA DINHEIRO. É executada publicamente todos os dias pelo Brasil, por meio de rádios, shows de vários artistas, via internet, etc, Essas rádios, por menores que sejam, ganham e minha música faz parte de suas programações, os teatros ganham e minha música está sendo tocada lá, os bares ganham e lá também são executadas algumas de minhas criações, os artistas levam o seu e minhas canções estão em seus repertórios. São 42 canções já gravadas e mais 18 sendo gravadas neste momento.Portanto, eu existo! E, óbvio, QUERO O QUE É MEU! Outras pessoas estão ganhando um dinheiro que é meu, meu e de ninguém mais. Rádios que não pagam direitos autorais, bares que não pagam direitos autorais, ECAD que não recolhe de forma coerente direitos autorais, apesar dos milhões que recolhe, sem investir à altura em fiscalização; e até intérpretes, que vendem seus shows mais caros aos contratantes para que estes não paguem direitos autorais. E se não for assim não há show, esta é a ameaça que sofrem. E num mundo de tanta carência e tão pouca moral, a maioria sucumbe. Neste caso os músicos recebem, os produtores recebem, a equipe técnica recebe, os locais de shows recebem, os guardadores de carro recebem e o compositor não recebe. O babaca, otário, trouxa do compositor não recebe. Sem contar o sem número de intérpretes que me procuram querendo gravar minha música de graça, pagando todo o resto da equipe envolvida, menos a mim, que sou o idiota do compositor.

E eu que fui atrás de tudo o que se podia ler e aprender de melhor no mundo, desde literatura, poesia, antropologia, filosofia, sociologia, história, até pintura, culinária, cinema, enologia e outros temas de requinte sensual, espiritual e intelectual, e que estudei música com certo aprofundamento, que entreguei minha vida à arte (romântica, porém pragmaticamente), e que, finalmente, tenho talento de transformar tudo isso em arte comunicável, do contrário tanta gente não gravaria minhas músicas, sinto-me um imbecil, tendo de sobreviver de modo quase miserável, contando com a ajuda de familiares e amigos que acreditam e apostam no meu trabalho.Que país de merda! Que valores de merda! E que cultura de merda! E não estou falando só de revolta, mas também, e principalmente, por formação. Por saber que há uma certa "lama" na ignorância, na sujeição frente a valores decadentes e desprovidos de vida, de charme e elegância. E que apesar de minha condição de quase penúria, (talvez não chegue a tanto), minha vida, minha casa e meu dia-a-dia, ainda são mais saudáveis do que de muita gente que ganha rios de dinheiro em detrimento da miséria de outros. Gostaria de esbofetear a cara dos corruptos, de todos que tiram dos outros o que não é seu. E possivelmente é o que farei daqui por diante, ao encontrar um desses párias pela frente. Acho que não há, pelo menos neste momento histórico tão individualista em que vivemos, outra maneira de mostrar que desse jeito não pode ficar. Se não é pela união, que seja pelo ato individual. Então convoco: porrada na cara dos corruptos! Seja na rua, em aviões, nos elevadores. Soque um corrupto! Para humilhar! Não há outra arma possível. Não há! Soque a cara de um corrupto! Podem me acusar de incitação à violência. Podem me prender. Estou disposto a pagar pela conseqüência destas minhas palavras. Estou disposto até a morrer por isso, pois embora minha alma aspire à beleza, minha moral aspira à justiça; e a justiça deve vir antes da beleza. Pode até morrer gente inocente, tomara que não. Mas quantos morrem por ano vítimas da corrupção? De dinheiro da saúde e da educação que é desviado? Não dá mais para passar a vida vendo toda essa corrupção e injustiça - e pode acreditar que não haverá mudança significativa nos próximos 50 anos, enquanto estivermos vivos, se não acontecer algo mais drástico. Não aceito mais isso!
Sei que começo com um assunto e termino com outro. Mas tudo está ligado. Há alguém satisfeito, tirando dois ou três de nós, que conquistaram lugares mais confortáveis? Digo isso sabendo que tenho condições de chegar a um desses lugares. Mas que de nada me valem ao ver o nível de corrupção em que chegamos. Não consigo mais compactuar com isso. Não dá mais! Vou, sim, esbofetear a cara do primeiro corrupto que encontrar, seja ele quem for. E se alguém deixar de me gravar por isso, agradeço.
Ps: Desejo tornar pública esta minha indignação, não vou parar por aqui.

ESPAÇO OPINIÃO

Tem Lei Rouanet?
Tô fora!
(Por Alan Romero Fonte: Orkut)
Zé Rodrix causou espanto a muita gente ao retirar-se do musical "O ReiLagarto - Tributo a Jim Morrison" , no qual faria a direção musical.
Ele é um dos principais críticos da Lei Rouanet e não gostou de saber- através da coluna Gente Boa, de O Globo - que afinal o espetáculo iria se beneficiar de renúncia fiscal.
Agiu de forma consequente,merece os nossos parabéns!
Nota da coluna Gente Boa de ontem (O Globo, 29/agosto):
O musical "O Rei Lagarto - Tributo a Jim Morrison" teve o orçamento deR$ 1,5 milhão aprovado pela Lei Rouanet e estréia em janeiro. O diretor é Luiz Carlos Maciel. Zé Rodrix faz a direção musical. "
JimMorrison é das figuras mais conhecidas dos anos 60. Jovens e coroas adoram os Doors", diz Maciel.
Carta de Zé Rodrix aos produtores do musical:
"Acabo de descobrir exatamente nos detalhes desta notícia que não vou mais participar do projeto. Vocês conhecem a minha opinião sobre Renúncia Fiscal e Leis de Incentivo. Enquanto isto era um empreendimento privado, no máximo com os patrocínios e os apoios diretos de empresas que se associariam ao empreendimento, eu estava dentro. Infelizmente, ao entrar na jogada da Lei Rouanet, MiniCuletc., ele se torna impossível para mim. Não acredito que o dinheiro de TODOS deva servir para patrocinar a aventura pessoal de ALGUNS, e, quando isto se configura, eu saio fora. Investimento deve ser feito com dinheiro real que não prejudique o essencial do país. Impostos devem ter fim específico, e o sustento da arte não é, a meu ver, uma destas essencialidades. Sempre fui um artista que não se privilegiou de nenhum tipo de ligação com estados e governos, em nome de minha própria liberdade. Assim sendo, há que haver em mim algum respeito pelas coisas em que eu acredito. Se entrar nisto, estarei negando tudo que é a minha maneira de ser, pensar e agir. No Brasil de hoje, precisamos de investidores conscientes, e não, segundo minha maneira de ver a realidade, de utilizar de maneira equivocada o dinheiro público.Desejo ao pessoal da produção o máximo de sorte e sucesso possíveis, e sei que serão muito felizes, graças à qualidade artística de todos os envolvidos."
A reação de Zé Rodrix vem repercutindo na imprensa e na blogosfera

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

O poema abaixo foi escrito à época do mensalão...

Na Veia
Dos meus olhos inchados de passeatas
Das cervejas rebeladas dentro dos copos
Da caminhada oblíqua sobre a calçada
Da vida que se desdobra sem esquinas
Numa reta nua para o abismo
Há um martelo degolado sobre a mesa
Há uma foice sangrando, dúbia, débil, pífia
Há uma prostituta sorrindo seus cachês
Por entre os seios fartos dos palácios
Capitais Quintais Quiçá Cu do mundo
O garoto terrorista, malabarista dos semáforos
A cola não para trabalhos escolares
A viagem sem bailarinas, sem palhaços
O odor das fezes
Dos cães ou dos ratos tanto faz
Cuspo o fogo dessa veia inquieta
Desse circo de horrores das alcovas
Onde o asno banca o sábio
E todos dizem amém
Se teu olho não enxerga
Os calos do trabalhoAcorda!
Sai pra vida, vem pra briga
Não vacila, não cochila
Já curraram a tua moral!
Na tribuna ou nos altares
Na oração dos bolsos
Puída a roupa do demônio
Resiste ao exorcismo
Que te leva o último níquel
De líderes bastardos
Atolados em almofadas
Disfarçados em alfândegas
De subalternos, reles, teles
Das estatais
O escárnio sorriso
De uma máscara carnívora
Cujos dedos decepados
Rogam a Deus enquanto
Dão adeus ao suor das máquinas
Onde multidões acenaram
Nos portos da memória
Sobre as tumbas dos que lutaram
O oceano agora vazio
Da tua fala
Revela o náufrago sufrágio
De bandeiras que desbotam
De estrelas que enferrujam
Dessa enxada que roça a terra
Planto o trigo da infância
Desses calos doloridos
Faço bolhas de sabão
Nesta garganta doravante
Apenas a certeza do grito
E do pão que agora levo à boca
Poema de Adeilton Lima

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

YOU TUBE - Trote de Criança

Uma metáfora sobre os "foras "que levamos!
http://www.youtube.com/watch?v=I1O4whne2ow
O Pedófilo diria : "Estou indo para aí." ( Essa frase entra na hora que ele pergunta: " Cê tá sozinha? "

Brasil - Ditadura: O AI-5 e seus efeitos culturais

Panis et circence (Pão e Circo) - Mutantes e o Brasil

Gil e a música!

Tapa na Pantera

Flying Elephants I

Poesia

FREE HUGS!

Free Hugs - Brasilia Brazil

Revista Época - A semana